- Autoria: Torey Heyden
- Título: Vozes Silenciosas
- Goodreads: ver aqui
- ISBN: 9789722345156
Originalmente publicado em 1998 com o nome “Overheard in a Dream”, foi o primeiro romance da autora publicado em Portugal que não segue a sua habitual escrita. A maioria dos livros de Torey são criados através de histórias verídicas o que torna os relatos bastante viciantes.
Em “Vozes Silenciosas”, Torey afasta-se desse estilo e tenta um romance em que faz apenas o relato dos acontecimentos, apesar de ser omnisciente em todo o desenrolar da trama.
Conor é um menino de nove anos com diagnóstico de autismo. James Innes, o pedopsiquiatra começa a segui-lo, bem como ao seu pai e mãe, à procura de uma solução para melhorar a sua qualidade de vida. A pequena criança é acompanhada o tempo todo pelo seu gato de brincar, responsável por protegê-lo.
De uma forma geral, Torey desvia-nos maioritariamente para a história da mãe de Conor, Laura, ficando a criança com um papel lateral, uma consequência da disfuncionalidade parental. James é uma personagem simples, paralelizado com a vida do quotidiano da maioria dos casais divorciados, e não lhe é atribuído grande destaque. O seu objetivo primordial é permanecer colado a um processo psicoterapêutico que defende desde o início (motivo para o qual também se afastou da cidade). A mãe de Conor é uma famosa escritora, portadora de uma vida paralela, tocando um mundo imaginário no qual sempre viveu e que a fez percorrer determinados caminhos na vida. Pessoalmente, não gostei muito da história paralela de Laura. Acho a sua mensagem fraca e sem grande sentido. Entendo a analogia entre os mundos criados por si, mas ficcionalmente não está interessante, fazendo desejar que essas páginas passassem o mais rapidamente possível.
O livro tem um interesse mediano, uma história demasiado comum para os textos a que Torey já me habituou. De todos os cinco que li, este foi o que menos consegui explorar, aquele que menos me interessou.
Boas leituras,
Daniel Bento