Analisando a História, não só apenas contextualmente, mas em todo o seu percurso, é possível encontrar várias linhas de desenvolvimento que nos permitiram chegar onde estamos hoje. Evoluímos, crescemos, aprendemos e repetimos muitos processos. Aprendemos a distribuir as tarefas e as acções de acordo com as pessoas, com as sua especialidades e capacidades.
Desde as ciências exatas às ciências humanas, procura-se compreender o mundo. Explicar o Homem no Universo, o que cada um é e a própria existência. É obrigatório referir que estas explicações vão para além do que é científico, do método e da forma. Procura-se, por muitos caminhos diferentes, respostas às mesmas questões.
É fácil verificar na literatura que, com mais fiabilidade ou não, se descreve até ao mais ínfimo detalhe o pensamento, o comportamento e a emoção. Durante muitos anos predominou um estilo de explicação com base na continuidade do pensamento e da matéria. Era uma questão essencialmente filosófica. O desenvolvimento e evolução do método científico aumentou a capacidade de organizar informação, demonstrar e caraterizar os diversos fenômenos de origem Natural. Consequentemente permitiu que fosse possível ler estes artigos, conhecer o mundo e imaginar um mundo inatingível.
Nos dias que correm, esta informação é imensa e é necessário, por isso, proceder a processos de segmentação da mesma.
Discretizando
Existem grupos de pessoas diferentes que procuram conseguir unir a nossa existência interior (emocional) e a nossa existência exterior (física), porém existem divergências constantes sobre as conclusões a que se chega. Não que sejam mais ou menos acertadas, mais ou menos concretas. Existe quem se aproxima mais de um método completamente prático e existe quem se aproxima de um método filosófico.
Penso que sempre procurou manter a continuidade entre a existência interior (emocional) e a existência exterior (material) havendo coerência entre a existência e a realidade. Por outro lado, existe uma tentação (vantajosa por um lado) em discretizar todo o nosso comportamento, seccionar, catalogar… ou como se diz “colocar em caixinhas separadas”. O método proporciona estudar este mesmo comportamento, tirar elações, desenvolver formas de melhorar comportamentos que induzem o sofrimento e permite-nos ter um conhecimento organizado de nós mesmos. Porém, nós somos humanos e, apesar de fisicamente explicáveis, temos uma componente emocional e sentimental… Por vezes, penso que nos esquecemos que somos esta continuidade entre a vida emocional e material e que estas se influenciam mutuamente. Acabamos por esquecer que somos voláteis e mutáveis no tempo e no espaço.
Discretizamos tudo, mas esquecendo que não pertencemos a categorias, mas sim, somos transversais à realidade. As categorias ajudam a aliviar o nosso eu e a entender, mas o verdadeiro conhecimento de nós próprios aparece quando percebemos que somos um pouco de tudo. Somos Homem, não apenas homem.
Dani Bento